Comemoramos em 2005 o centenário do Rotary. Ultrapassamos os cem anos de existência.
O mundo hoje é muito diferente do mundo de 30 ou 40 anos passados. A revolução tecnológica introduziu profundas mudanças na vida das pessoas. A internet banalizou as fotos de mulheres nuas, democratizou a pornografia. Há uma busca desenfreada pelo prazer. As relações sexuais acontecem cada vez mais cedo, entre adolescentes. A gravidez precoce virou problema de saúde pública.
Arrumam-se parceiros pela internet que casam antes de maiores conhecimentos. O sexo deixou de ser tabu. A masturbação não é mais um conflito íntimo, nem para o adolescente, nem para o adulto. Antes, condenada como algo prejudicial à saúde, que, diziam, poderia levar à loucura, hoje é encarada normalmente. O homossexualismo, masculino ou feminino, é aceito sem nenhuma restrição. Homens e mulheres homossexuais têm seus sinais, suas tatuagens, se identificam entre si. Podem ter vida normal e produtiva. Convites de casamento entre homossexuais são divulgados em colunas sociais, para requintadas cerimônias nupciais. Crianças podem ser adotadas legalmente por casais homossexuais, vindo a constituir famílias.
É tudo aceito, por se tratar de opções individuais, sem consequência maléfica para o próximo.
Já a pedofilia, o estupro, o tráfico de mulheres, o proxenetismo, estes não são aceitos porque atentam contra a integridade do outro, que passa a ser vítima. Atentam contra seus direitos, sua dignidade, sua liberdade, seu desenvolvimento.
Masturbação e homossexualismo, como não fazem mal a ninguém, são hoje, isentos de qualquer censura social.
Estamos numa nova era, a era do sexo sem limites. Parece nada adiantar a pregação das virtudes, o elogio das purezas, das vidas castas e dedicadas a um Deus superior.
Mudam as normas, mudaram as condutas. Não existem mais restrições religiosas, do tipo de dizer que sexo apenas por prazer é pecado, que tal ou qual tipo de sexo é condenado. Parece que tal assertiva é ignorada por todos. Não mais existe a fidelidade, nem masculina, nem feminina. Cada qual tem sua vida própria, individual, sem ter que dar satisfações ao parceiro ou à sociedade.
Nesse novo contexto, as antigas organizações perdem força. A despeito do enorme esforço para se ampliar o quadro associativo, as ONGs do terceiro milênio estão numa estagnação que vem de muitos anos, mais de vinte. As igrejas também perderam força, a não ser aquelas que mudaram a linguagem. A fé é representada não mais pelo amor a Deus, pela devoção à vida, mas ao desejo de se salvar, de comprar a salvação, de se livrar do sofrimento e agruras da vida terrestre. A salvação passou a ser uma mercadoria vendida em certas igrejas. As que adotaram esta linguagem prosperaram, cresceram. As que permaneceram na linha contemplativa de orações e de pregações do bem, estacionaram.
Assim, encontramos o Rotary do segundo século, na busca de uma nova identidade.
A Pólio Plus é uma bandeira de luta, de ação, difícil, mas que está bem perto da vitória. O combate ao analfabetismo vem há décadas patinando, escorregando no mesmo lugar. Os recursos naturais são cada vez mais devastados. A violência continua matando e causando vítimas.
Abandonar essas bandeiras? Nunca, seria o mesmo que cometer o suicídio. O que fazer então? Que palavras de incentivo e de apoio devemos dizer aos companheiros que bravamente se mantêm fieis aos princípios e ideais de Paul Harris, a despeito de tudo, de todos os problemas pessoais, familiares, profissionais, que tendem a afastá-los?
Na minha opinião, para motivar velhos e novos companheiros, basta mostrar a luta de toda a família rotária, ao longo do tempo, por um mundo melhor.
Basta mostrar que, nos dias de hoje, mais do que nunca, é preciso agir com fé, amor e confiança.
Basta acreditar que nós podemos, porque praticamos a ...
Ação com continuidade e sustentabilidade!
Pensem e reflitam sobre isso.
Não é a moral que embola o meio de campo, mas a hipocrisia, o pudor exagerado, as falsas intenções.
Os liberais de hoje se confundem com os libertadores de amanhã, que não passam de libertinos de todos os tempos.
A inveja é a eterna companheira da glória.