ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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sexta-feira, 11 de março de 2016

PORQUE ENTREI NO ROTARY

PORQUE ENTREI NO ROTARY
Alberto Bittencourt



Dom Helder. sendo entrevistado por Ziraldo


Certa noite, nos idos de 1982, ao ligar a televisão na rede Bandeirantes, deparei-me com um programa de entrevistas do famoso cartunista Ziraldo. O nome do programa era "Etc". Na ocasião ele entrevistava Dom Helder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife.


O programa durou apenas um ano, pois tanto Dom Helder quanto Ziraldo não eram bem vistos pelo regime militar da época.

A entrevista já havia começado, mas a parte que assisti causou-me tremendo impacto. Foi como se um choque elétrico sacudisse meu corpo e, minha mente, a partir daí, entrasse em convulsão. Senti-me pequenino, impotente, fraco, diante de um mundo que clamava por mim. Senti-me desafiado, uma espécie de chamamento. Que poderia eu fazer? Dar de ombros, cruzar os braços e deixar prá lá? Ou tentar fazer alguma coisa, por menor que fosse. O que assisti, mudou minha ótica do mundo, mudou meu comportamento e minhas atitudes. Nunca mais fui o mesmo, nunca mais esqueci. Hoje, ao relembrar, acredito que tenha sido este, o meu grande Momento Rotary.


Ziraldo e Dom Helder comentavam o mundo de injustiça social, de desigualdades, de exploração, de miséria, de sofrimento, de doenças evitáveis, de moradias insalubres e indignas que permeia a sociedade e afeta um número cada vez maior de pessoas. 

A certa altura, Ziraldo lançou a pergunta: 

_Padre Helder, que conselho o senhor daria, o que o senhor diria aos que nos assistem, aos inconformados como nós, que querem fazer alguma coisa para melhorar esse quadro de sofrimento, de injustiça social, de exploração, de miséria, que acabamos de comentar? Qual a sua mensagem aos nossos telespectadores, Dom Helder? 



Dom Helder não titubeou. Respondeu com apenas três palavras. As três palavras que chicotearam minha alma, que me fizeram parar, pensar, e me modificaram a partir daquele instante. 

Dom Helder disse apenas três palavras:


E repetiu: 

NÃO FIQUE SÓ! 

Concluiu:

_Sozinhos nós somos frágeis, pouco podemos fazer. Mas unidos, podemos sonhar o impossível. Podemos mudar o futuro de muitas crianças, podemos levar a esperança aos enfermos, dar melhores condições de vida aos idosos, trazer um alento aos desesperados. Juntos podemos mudar o mundo. 

Pouco depois recebi o convite para ingressar no Rotary.

Então, no meu discurso de posse, repeti as palavras de Dom Helder, e o que me motivou a ingressar no Rotary:

NÃO FIQUE SÓ!

Mais tarde, li na autobiografia de Paul Harris, "Meu Caminho para o Rotary", que, em 1905 ele reuniu três amigos e fundou o Rotary, porque se sentia só. 





2 comentários:

José Carlos de Almeida Nascimento disse...

Concordo totalmente com esse motivo... solidão deve ser horrível, principalmente na 3a idade... já assisti a vários casos desses na vida...😔🙏

SERGIO LEVY disse...

Maravilhosa a inspiração para todos os que precisam de um incentivo para estender suas mãos ao próximo.