ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

RELACIONAMENTO


RELACIONAMENTO EM ROTARY
Alberto Bittencourt


Creio que, em Rotary, tudo depende de uma simples palavra que é, ao mesmo tempo, um gesto, uma atitude, uma disposição: relacionamento. 
Estou convencido de que a chave do sucesso é sobretudo a riqueza dos relacionamentos. O grande vilão, ao contrário, é a pobreza dos relacionamentos.
Relacionamento é a pedra fundamental que mantém o clube ativo, eficaz, trabalhando em prol da comunidade. Se não houver relacionamento entre os companheiros, entre a família rotária, você pode despejar toneladas de informação rotária, você pode fazer preleções, ditar regras, evocar normas, que tudo vai cair num terreno árido, infértil, inútil.
Relacionamento é cuidar das pessoas. É estar junto, como uma família. É ter um comportamento amoroso, sem distinção. A alegria, o entusiasmo, o otimismo, são reflexos do bom relacionamento. O relacionamento cria circunstâncias favoráveis em que uns se apóiam nos outros – é o que mantém acesa a chama do Rotary. A chave do sucesso é promover o relacionamento dentro do grupo, dentro da família. Quer ter sucesso? Aproxime as pessoas. Promova encontros, fortaleça os relacionamentos.
O relacionamento é que dá fertilidade ao terreno para que, a semente da informação rotária frutifique, para que o novo sócio possa crescer e se transformar um rotariano de escol. O relacionamento é o principal requisito dentro do clube. 
Um relacionamento afetivo é sempre baseado na mútua confiança. A mútua confiança é a cola que une os relacionamentos, disse James Hunter, o autor de O Monge e o Executivo. Porém, você só vai adquirir confiança se frequentar. Por isso a presença é importante porque é ela que faz com que uns confiem nos outros
Investir nos relacionamentos, companheiros, é um trabalho constante, contínuo, para fazer com que o seu clube seja sempre e cada vez mais a extensão de sua família.
Relacionamento é você acolher o companheiro mais idoso com carinho, com amor, com afago, porque é esse companheiro quem mais precisa do trato afetivo, da cortesia, da palavra amiga. A gente reclama às vezes que a pessoa idosa é mais intransigente. Que ela quer que o Rotary de hoje seja o mesmo Rotary de há 40 anos. Mas temos que entender que geralmente o idoso tem os seus medos ampliados, seus medos de perdas são maiores, por isso também ele é mais conservador.  Daí ele se sentir bem com uma palavra de carinho, um afago, uma consideração maior. Então esse relacionamento é importante, é você ter um relacionamento afável com todos os companheiros, principalmente os mais idosos.
Dizem que as mulheres são mais eficientes do que os homens, porque elas investem nos relacionamentos. Realmente, não há nada que uma palavra carinhosa, um beijo, um abraço não resolva. Precisamos aumentar a presença das mulheres em nosso quadro social. Já os homens, são mais voltados para as tarefas, investem menos nos relacionamentos. 
Companheiros, não deixem de investir no relacionamento, porque o terreno onde vai frutificar a semente do novo sócio, a semente da informação rotária e a semente da prestação de serviço é o relacionamento. Esse terreno é a própria família rotária, forte e unida como um FEIXE DE VARAS.

Nada vai funcionar se não houver um bom relacionamento. Se o companheiro se afasta, fica apático, distante, sem motivação, é porque não tem um relacionamento adequado dentro do clube.
Paul Harris, disse, em 1935, no livro “Esta Era Rotária”:
“A amizade é maravilhosa; ilumina o caminho da vida, espalha alegria e tem valor inestimável.
A amizade prospera na atmosfera do Rotary, onde formalidades e artificialismos são deixados de lado; onde homens, independente de sua origem e posição social encontram-se no mesmo plano.
Perder a oportunidade de cultivar relações de amizade é mais tolo do que jogar diamantes no oceano.
Você está se sentindo sobrecarregado com as tarefas do dia a dia? A visita a um amigo ao entardecer irá renová-lo. Visitar ou receber a visita de um amigo é o melhor remédio de que se tem notícia. Eu peço de todo coração que experimentem.”
Sábias palavras de Paul Harris. Visitar um companheiro que está ausente, por motivo de saúde é revigorante para ambos. Mas, não se esqueça de levar sempre uma lembrancinha, não apenas para marcar a visita mas, principalmente, como prova de apreço e afeto. É de bom tom.






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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

AS DUAS PARÁBOLAS DA CONSCIENTIZAÇÃO ROTÁRIA



AS DUAS PARÁBOLAS DA
 CONSCIENTIZAÇÃO ROTÁRIA:  


Alberto Bittencourt






1. OS TRÊS PEDREIROS
(Baseado na fábula de Charles Péguy, escritor francês, 1873-1914)

“Uma vez um viajante, percorrendo uma estrada, deparou-se com uma obra em início de construção. Três pedreiros, com suas ferramentas, trabalhavam na fundação de um  importante projeto.
O viajante aproximou-se, curioso. Perguntou ao primeiro pedreiro o que estava fazendo. Estou quebrando pedras, não vê?  Respondeu o pedreiro.  Expressava no semblante um misto de dor e sofrimento. Eu estou morrendo de trabalhar, isto aqui é um meio de morte, as minhas costas doem, minhas mãos estão esfoladas, este trabalho é um sacrifício, concluiu.
Mal satisfeito, o viajante dirigiu-se ao segundo pedreiro e repetiu a pergunta. Estou ganhando a vida, respondeu. Não posso reclamar, pois foi o emprego que  consegui. Estou conformado porque levo o pão de cada dia para minha família.
O viajante queria saber o que seria aquela construção. Perguntou então ao terceiro pedreiro: O que está você fazendo? Este respondeu:  Estou construindo uma Catedral!
Três pedreiros, três respostas diferentes para o mesmo trabalho.  Cada um manifestou sua própria visão. 
Para o primeiro pedreiro, o serviço significava dor e sofrimento. Um sacrifício que certamente tornava a ação muito mais penosa e lhe fazia mal. Se você tiver no Rotary o sentimento do primeiro pedreiro, estiver se sentindo de certa forma desconfortável, sem gostar, meio contrariado, até um pouco desmotivado, tudo lhe será muito difícil e penoso. Você estará desperdiçando um tempo precioso de sua vida. Você precisa mudar.
O segundo pedreiro manifestou indiferença. Estava conformado mas não realizado. O trabalho nada lhe significava e ele só o fazia por obrigação. Você pode estar no Rotary com o mesmo sentimento de indiferença do segundo pedreiro. Comparece, cumpre as obrigações de freqüência, pagamento e nada mais. A indiferença, geralmente, termina em desistência. Mude antes que seja tarde.
Já o  terceiro pedreiro tinha a consciência da importância do seu trabalho. Desempenhava a função com orgulho e satisfação. Tinha o sentimento elevado de participar de uma grande obra, o que lhe dava muito mais força, energia, ânimo, felicidade.

Você, rotariano, como em tudo na vida, deve encarar suas ações, com o sentimento superior  do terceiro pedreiro, com a consciência de que é vetor da construção de um mundo melhor, mais justo, mais humano, de que trabalha para o bem do Brasil.
Se você manifestar a visão do terceiro pedreiro, ao atuar em seu clube, ao colaborar com a Fundação Rotária, você estará dizendo com devoção e orgulho: Eu estou construindo a Paz e a Compreensão Mundial!
Esta é a visão maior de quem tem a verdadeira Conscientização Rotária, a consciência de estar participando de uma grande obra, a consciência de que o Rotary está mudando o mundo. Assim, você será feliz e terá a consciência tranqüila de quem está cumprindo a sua parte. Você estará atuando no Rotary com alegria, com felicidade, com amor.
Sempre que você comparecer a uma reunião plenária, a um serviço numa creche, ou a um evento, você tem que ter a consciência de que faz parte da grande obra do Rotary no mundo inteiro. Todos os que estão em Rotary têm que ter a consciência do terceiro pedreiro, têm que ter a consciência de que estão construindo a paz no mundo e a compreensão entre os homens.







2. O ELEFANTE E OS SEIS CEGOS
(Paul Harris escreveu um livro em 1935, intitulado “Esta Era Rotária”. Ele narra a parábola abaixo)

São palavras de Paul Harris:
“Há uma parábola a respeito de seis cegos do Industão que foram conhecer um elefante. O primeiro dando de encontro ao flanco do animal gritou: _Valha-me Deus! Percebo que o elefante é tal qual uma parede. O segundo ,encontrando o dente, afirmou, com certeza: _o elefante é parecido com uma lança. O terceiro, agarrando-se à tromba que se retorcia, asseverou: _o elefante é parecido com uma cobra. O quarto, esbarrando numa das grandes pernas disse: _o elefante é igual a uma árvore. O quinto, que  encostou a mão numa das orelhas, exclamou: _este grande animal é parecido com um leque. Finalmente o sexto, apoderando da cauda bamboleante, disse: _o elefante é parecido com uma corda.”

Paul Harris continua:
“E assim discutiam longamente esses homens do Industão, firme e insistentemente, cada um segundo o seu modo de pensar. Todos, porém, enganados, apesar de cada qual ter certa dose de razão”.

Na seqüência, Paul Harris nos ensina:
“Grande número de rotarianos se assemelha a estes seis cegos. Algum objetivo em particular, certa atividade especial ou ainda algum produto de Rotary os impressiona como sendo o mais importante e, erroneamente, eles exclamam: Isto é Rotary!
Existem outros rotarianos que se interessem mais por determinadas atividades rotárias e não conseguem enxergar Rotary no seu conjunto. Em vez disso continuam a perguntar: O que é Rotary?
Paul Harris conclui: “E as percepções limitadas de muitos rotarianos conduzem geralmente à conclusões desconexas, como foram as dos cegos a respeito do elefante”.

A expressão Conscientização Rotária não existia na época de Paul Harris, mas a parábola dos cegos e do elefante nos remete a uma... 


Visão Holística do Rotary.
Alberto Bittencourt

Ter Conscientização Rotária é o mesmo que
ter uma visão holística do Rotary,
ou seja, perceber Rotary no seu conjunto.
Não ter Conscientização Rotária é o mesmo que
ter uma percepção limitada do Rotary.
Tem uma percepção limitada do Rotary,
quem acha que Rotary é apenas companheirismo,
ou somente festa.
Que é apenas sessão plenária,
ou somente pagamento das mensalidades...
Esses não têm Conscientização Rotária.

Tem uma visão holística do Rotary,
quem conhece, compreende, propaga e luta
por todo o bem que o Rotary faz no mundo.
Por toda a defesa do meio ambiente,
Por toda a união e companheirismo,
Por toda a amizade, solidariedade, 
cooperação e harmonia
que o Rotary semeia em toda a parte.
Por toda a paz que o Rotary cria,
não importa o país, a raça, a religião, a posição,
nem a classe social de qualquer cidadão.
Estes estão plenos de Conscientização Rotária.


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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

DISCURSO DE EUDES S. L. PINTO


Palavras de Agradecimento
Pronunciadas pelo Dr. Eudes de Souza Leão Pinto 
ao receber o título de "Doutor Honoris Causa", 
outorgado pela Universidade Federal de Lavras 
a 03 de setembro de 2012.


Saudações:
Magnífico Reitor da Universidade Federal de Lavras, eminentíssimo professor José Roberto Soares Scolforo;
Eminentíssima vice reitora, professora Edla Vilella;
Caríssimo e eminentíssimo companheiro colega, engenheiro agrônomo Alysson Paulinelli, em nome de quem saúdo toda a mesa diretora;
Digníssimas autoridades militares aqui presentes, representando a digníssima Polícia Militar do Estado de Minas Gerais;
Digníssimas autoridades presentes;
Meus caros colegas Engenheiros Agrônomos e de outras profissões, professores da Universidade Federal de Lavras;
Digníssimos funcionários desta Universidade;
Jovens acadêmicos;
Digníssimos convidados;
Minhas Senhoras e meus Senhores.

Pronunciamento:
Meu nome agora não é mais Eudes de Souza Leão Pinto. Meu nome agora é Gratidão. Gratidão no sentido lato da palavra. Gratidão de quem recebeu da Providência Divina e dos heróis brasileiros a oportunidade de servir, com a missão que me trouxe a Lavras nos idos de 1962, e que me traz de volta hoje, para receber essa benesse extraordinária, esse prêmio maravilhoso que é o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Lavras.
Quero dizer que nada pode ser mais importante do que o sentimento da fé. É com a fé que se faz a grandeza da alma dos membros da sociedade, daqueles que convivem em regime de solidariedade humana.
Quando recebi a missão de fechar a Escola Superior de Lavras, tentei de todo modo dissuadir o Ministro da Educação da escolha de meu nome. Nada foi possível. Saí do gabinete com o peso de uma condenação. Eu, professor catedrático,da Universidade Federal Rural de Pernambuco, receber uma missão tão ingrata, fazendo de mim um verdadeiro carrasco. Procurei sustentar-me na fé. Penetrei na Catedral do Rio de Janeiro para apelar a Deus, apelar a Jesus Cristo, que me aliviassem daquele encargo tão pesado e disse para Eles, na oração: Tenho fé que haverá de sair uma solução melhor do que o fechamento.
Chegando em nossa casa, abraçando a minha adorada, idolatrada esposa, com lágrimas nos olhos, eu lhe dizia: Pior missão não poderia ter recebido!  E ela, com toda a tranquilidade, olhou-me seriamente nos olhos e falou: Seja forte, seja mais povo do que governo.  E foi realmente o que aconteceu.
Em Lavras, fazendo a enquete, ouvindo os professores, os alunos, os funcionários, a sociedade lavrense, pude sentir força. A fé estava no alto, a conduzir-me a qualquer decisão que pudesse ser humanitária. E ao reconhecer que estava vivendo momentos de glória com a sociedade, glória pelo fato de nela existirem os heróis da ESAL, heróis da ESAL que há dois anos não recebiam salários, não eram remunerados pelo trabalho que faziam, mas assim mesmo continuavam trabalhando, e à nossa pergunta: E se não vier uma solução que vocês estão esperando de mim, o que acontecerá?  E a respostas das três áreas, professores, alunos e funcionários, foi: Continuaremos trabalhando sem receber dinheiro, mas mantendo a ESAL viva! Saí às ruas, só Deus sabe como, sentindo a dor no coração, mas feliz por estar num ambiente de heróis, de pessoas dispostas ao sacrifício para o bem do próximo.
As palavras que ouvi de todos foram palavras de conforto: Essa escola não pode fechar. Nós estamos prontos a fazer doações, a fazer contribuições financeiras ou em material, contanto que a escola não feche. E todos reconheciam que o jovem Alysson Paulinelli, respondendo pela direção da escola, merecia, de toda a população lavrense, a confiança inexcedível. Todos diziam: É um jovem batalhador, que pode e deve ser respeitado.
Realmente Alysson era esse jovem batalhador.
Eu lembro sempre, com muita tristeza pela ausência hoje da minha querida esposa, quando Alysson, sete, oito horas da noite, saía num jipe de nossa casa no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, direto para Lavras. Minha senhora, como ele mesmo já mencionou corria ao santuário para rezar, pedir para ele chegar em paz. E, quantas e quantas vezes, ela disse a mim: Esse jovem idealista, tão competente e tão combatente, não pode morrer. Essas estradas são perigosas, ele corre esse risco, mas Deus haverá de livrá-lo. E ficávamos nessa expectativa até o dia seguinte quando recebíamos a notícia de sua chegada em paz a Lavras.  
Isso prova, meus caros amigos, que Deus estava conosco, isso prova que o destino da Escola Superior de Lavras era um destino muito nobre, era um destino muito altaneiro, que terminaria da forma como estamos contemplando hoje. A Escola Superior de Lavras, que veio a ser a Universidade Federal de Lavras, é a segunda mais importante do Brasil, com todos os meios, todas as facilidades, para tornar-se de grande responsabilidade internacional. Haveremos de ver, aqueles que viverem mais anos, a Escola Superior de Lavras sendo a articuladora do movimento acadêmico superior, entre as mais importantes universidades, dados os méritos que ela hoje detém, perante o Brasil e o mundo. Este mundo há de ter sempre, na figura de Alysson Paulinelli, o grande herói, a figura maior entre seus colegas que dirigiram a ESAL e, depois, a UFLA. 
Como é bom conhecer os reitores que passaram por aqui! Como é bom conviver com figuras humanas da maior qualificação cultural e intelectual, figuras humanas que marcaram posições respeitáveis na sociedade brasileira!
Quando falamos do convite que havíamos recebido para esta solenidade de hoje, dissemos: A nossa preocupação não é com a greve que está dominando há meses as universidades brasileiras. A nossa preocupação não é com o comportamento daqueles que servem a uma instituição de renomado prestígio nacional. Na verdade, posso dizer aos jovens aqui presentes, que a UFLA não merece uma greve. A UFLA está muito acima daquilo que motiva a greve, pela maneira como são tratados os alunos, pela maneira como são tratados os funcionários, com o reconhecimento ao mérito prevalecendo sempre, em todas as horas e em todos os dias.
Posso dizer com absoluta alegria que, em Lavras, encontrei, quando aqui estive há quatro anos, os jovens mais amáveis, os jovens mais corretos nos procedimentos, pelo fato de que vinham à minha pessoa, de maneira extremamente delicada, agradecerem por eu ter sido responsável por uma decisão governamental favorável à ESAL. Para mim, aquilo foi uma grande surpresa, pois tenho convivido, nos meus setenta anos de atividades profissionais, de professor, com jovens das mais diversas universidades brasileiras e estrangeiras e nunca encontrei, da parte da maioria da juventude, um comportamento tão lhano, tão amável, tão cativante, como esse que encontrei aqui em Lavras. Confesso que hoje pedi a Deus que me mostrasse jovens no campus da UFLA que me lembrassem ou que me fizessem reviver aqueles momentos tão agradáveis de convivência com essa juventude.
Hoje, posso dizer com absoluta tranquilidade que em nenhuma universidade brasileira há um sentimento de fidelidade tão forte, tão expressivo quanto o que encontrei aqui na universidade de Lavras. E, fidelidade, meus amigos, é algo que se precisa ter para conseguirmos viver com mais tranquilidade, com menos violência, com menos incompatibilidades. Fidelidade é sinal de amor. Só se constrói um prédio bonito quando se ama a planta que lhe deu origem. Só se produz um trabalho de agricultura bem feito, quando se ama o campo. Enfim, para qualquer atividade humana, o amor preside a perfeição. Da mesma forma, no relacionamento humano, quando se ama a esposa, faz-se com que ela sinta o carinho, a delicadeza, a compreensão perfeita no relacionamento diário. Então, o amor é fundamental para qualquer atividade que gere benefícios de ordem humana e de ordem material.
Lavras representa uma cidade cuja sociedade já é bastante harmoniosa, solidária, que progride de uma forma belíssima. A ESAL foi símbolo do amor. A nossa UFLA está sendo a surpresa para todos que a conhecem, como expressão de beleza arquitetônica, de beleza na mobilidade urbana, de beleza nas práticas profissionais. Nós temos a certeza de que o Magnífico Reitor é um dos homens mais felizes do mundo hoje, por contar com a colaboração de seus auxiliares imediatos e, intrinsecamente, de toda a comunidade lavrense. O Magnífico Reitor, pelo que faz, pelas vitórias e bravuras constituídas, é digno da admiração e do respeito dos outros reitores brasileiros e dos professores, de um modo geral.
O que nós precisamos, e eu tenho a certeza de que acontecerá, é que esta fama de Lavras como um pedacinho do céu, como a terra prometida, seja ouvida e difundida, tenha propagação e se espalhe pelo Brasil afora. E já, em breve, também pelo mundo afora, a consciência de que Lavras é o lugar ideal para viver, é o lugar ideal para construir o que a espécie humana pode prometer, em matéria de racionalidade e de aperfeiçoamento em geral.
Somos felizes, muito felizes, em poder ter chegado aqui, na companhia de meus filhos: o engenheiro agrônomo João Eudes, o médico veterinário João Bosco e o bacharel em direito, Ricardo. Ricardo e João Eudes, acompanhados de suas digníssimas esposas. Trouxemos ainda, conosco, um governador de Rotary, o nosso amigo Alberto Bittencourt, um dos mais proeminentes rotarianos do Distrito 4.500, pelos inúmeros projetos encaminhados ao Rotary International em benefício de comunidades e populações carentes de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. E conosco veio também a ilustre bibliotecária, Sra. Conceição Martins, que já se inclui como partícipe da Academia Pernambucana de Ciências Agrônomas e é chamada por todos “A alma da Academia”.
Estão aqui conosco hoje, para testemunhar a excelência desta homenagem, promovida pela Universidade Federal de Lavras, o Rotary Club de Lavras, juntamente com a Câmara Municipal de Lavras e com a Prefeitura Municipal de Lavras, com tantas manifestações de solidariedade e de amabilidade, que nos deixam verdadeiramente encantados. Gostaríamos de poder mencionar, nome por nome, todas as pessoas que tomaram parte nessa programação de concessão desse prêmio maravilhoso de Doutor Honoris Causa. Pedimos, que cada um de vós que deram a sua parcela de contribuição para que essa solenidade alcançasse o brilho que teve hoje,  pudesse reconhecer, de nossa parte, uma imensa gratidão, que não morrerá no amanhã, nem no depois, mas será permanente, será imorredoura para a família Araújo Pinto, a família Souza Leão Pinto e para as famílias que formam o nosso grupo, para que possam ter nesta universidade, a referência maior em cultura, em intelectualidade e, sobretudo, em bondade e heroísmo.
Heróis não são feitos à custa de conversa fiada, heróis são feitos à custa de atos, de ações praticadas, da forma como Alysson Paulinelli fez, começando a abrir a relação dos heróis desta comunidade. Peço aos ilustres professores, colegas de vida acadêmica, que sejam capazes de dizer ao Brasil – aqui há amor! Amor à terra, amor ao homem, amor à vida, amor aos ideais!
E, na certeza de que os ideais prevalecerão sobre qualquer outro interesse, nós vamos encerrar este agradecimento profundo, dizendo: Senhor meu Deus, assim como me deste a alegria extraordinária de uma noite como esta de 03 de setembro de 2012, dai também, a cada um dos presentes, alegrias para que sejam capazes de pensar que em Lavras há realmente um pedacinho do céu, para felicidade de todos.
Muito obrigado.


       
 

   

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

HOMENAGEM A EUDES DE SOUZA LEÃO PINTO








HOMENAGEM DO POVO, DO ROTARY E DA UFLA
AO DR. EUDES DE SOUZA LEÃO PINTO


Geraldo Bertolucci Jr. e 
Alberto Bittencourt
                                         

INTRODUÇÃO

A comunidade lavrense viveu dias históricos a 02 e 03 de setembro de 2012, quando resgatou uma dívida de gratidão impagável a um grande homem chamado Eudes de Souza Leão Pinto.
Foram momentos de extrema emoção que ficarão registrados nos anais dos mais importantes segmentos da sociedade local.

Eudes Pinto, rotariano do Rotary Club do Recife e ex-governador do Distrito 4500, no período 1976-77, retornou agora a Lavras, aos 92 anos de idade. Ele veio receber os títulos de Cidadão de Lavras, Sócio Honorário do Rotary Club de Lavras e Professor Honoris Causa da UFLA, num justo reconhecimento, por ser um dos maiores benfeitores de Lavras. Foi ele quem, literalmente, salvou a então ESAL, descumprindo uma ordem do presidente João Goulart, que determinava o fechamento da escola. Isso foi há 50 anos…

O mais importante de tudo isso é que o reconhecimento aconteceu não só pela própria UFLA – que há 4 anos já o havia homenageado com a Medalha do Centenário, nas comemorações de seus 100 anos de fundação – mas, a iniciativa, que partiu do Rotary Club de Lavras, mobilizou os poderes legislativo e executivo, a comunidade católica (dada à sua proeminente vida pautada no catolicismo), o próprio clube rotário lavrense, o Rotary International e também a comunidade acadêmica da UFLA. A partir de agora será difícil saber se algum setor de importância da sociedade lavrense deixou de conhecer este verdadeiro ‘ato de heroísmo’ praticado por Dr. Eudes Pinto, em favor da cidade.

Sábado, 01 de setembro de 2012

O voo da AZUL de Recife a Belo Horizonte transcorria tranquilo, quando a voz do comandante se fez ouvir clara e pausadamente por toda a cabina do avião:

_Senhores passageiros. Temos a honra de informar que está presente entre nós, com destino à cidade de Lavras, o eminente brasileiro, doutor Eudes de Souza Leão Pinto. Nos idos de 1962, ele veio à Lavras para cumprir uma Portaria do Ministro da Educação, por ordem expressa do Presidente da República, que determinava o fechamento da ESAL – A Escola Superior de Agricultura de Lavras. Todavia, constatando a força, a garra dos docentes, discentes e funcionários de então e percebendo o clamor lavrense, desde o mais alto posto até o mais simples cidadão, concluiu que o ato seria um dos maiores erros da história e “descumpriu” a determinação. Retornou à Capital Federal e convenceu seus superiores de que o fechamento seria um verdadeiro "Crime de Lesa Pátria". A ESAL se transformou depois na UFLA – a importante Universidade Federal de Lavras. Ao dr. Eudes, familiares e amigos que o acompanham, nossos sinceros parabéns e votos de feliz estada em Minas Gerais.

Aplausos unânimes. O comandante e as simpáticas e elegantes comissárias de bordo fizeram questão de tirar fotos com o ilustre passageiro.

O Comandante do avião da AZUL e as gentis Comissárias
de Bordo, fizeram questão de tirar fotos com Eudes.



Integraram a comitiva de Eudes os filhos: João Bosco, cuja esposa não pode acompanhar por motivos profissionais; João Eudes e Paula; Ricardo e Isabel e a bibliotecária Conceição Martins, da Universidade Federal Rural de PE, e da Academia Brasileira de Ciências Agronômicas, da qual Eudes é fundador e presidente.

Alberto Bittencourt, ex-governador do Distrito 4500, amigo de Eudes e dos companheiros do Rotary Club de Lavras, especialmente de Geraldo Bertolucci Junior, mentor e organizador da homenagem, integrou a comitiva, na qualidade de representante do Distrito 4500, designado pelo governador Luis Mario Campos Calheiros.

Do aeroporto dos Confins, a comitiva seguiu na van da universidade pela rodovia Fernão Dias até a cidade de Lavras, distante cerca de 275 km, na direção do Rio de Janeiro.

Ao percorrermos as ruas não muito largas da montanhosa cidade, entre aclives e declives, impecavelmente limpas, sem um só buraco, sem uma folha caída, nem um papel no chão, impressionou-nos a beleza da paisagem. A maioria das casas são térreas, ao rés da calçada, de porta e janela, expressão da arquitetura do século XIX, todas muito bem preservadas.

À comitiva ficou confortavelmente hospedada no hotel Ouro Lavras, de propriedade do rotariano Sergio e esposa. Ali aguardava-a uma delegação dos dois clubes da cidade, o Rotary Club de Lavras e o Rotary Club de Lavras-Sul. Estavam presentes o presidente do primeiro, Walter Toledo Jr e esposa, o ex-governador do Distrito 4560, 1995-96, João Marcio de Carvalho Rios e esposa, além do coordenador da homenagem,  Geraldo Bertolucci Jr e a esposa Ione, entre outros.




Uma delegação dos dois Rotary Clubs de Lavras aguardava
Eudes e sua comitiva no Hotel Ouro Lavras.







Domingo, 02 de setembro de 2012

Às 11h00, todos se dirigiram à nova sede do RC Lavras, no Edifício Clube dos Comerciários, para a sessão solene em homenagem ao companheiro Eudes de Souza Leão Pinto.

Entrega do título de Cidadão Honorário Lavrense. Vereador Evandro Castanheira Lacerda (presidente), Eudes de Souza Leão Pinto (outorgado), vereador Hélio Haddad (proponente), prefeita Jussara Menicucci de Oliveira e vereador Daniel Costa.





Inicialmente foi feita a entrega ao Dr. Eudes do diploma de Cidadão Honorário de Lavras, outorgado pela Câmara Municipal. O título foi entregue pela prefeita Jussara Menicucci de Oliveira, pelo vereador Evandro Castanheira Lacerda (presidente), pelo vereador Hélio Haddad (proponente), e pelo vereador Daniel Costa. Na ocasião, o Dr. Eudes ainda recebeu da prefeita Jussara Menicucci uma Placa de Prata em agradecimento pelo destemido ato.


Entrega da Placa de Prata pela prefeita Jussara Menicucci

Em seguida foi a vez do Rotary Club de Lavras oferecer as suas condecorações.

No detalhe o casal presidente do Rotary Club de Lavras
Walter de Assis Toledo Júnior e Ana Luíza e o distinguido Eudes de Souza Leão Pinto.






Dr. Eudes recebeu dos rotarianos Geraldo Bertolucci Júnior, Adejar Alvarenga e Sebastião Mello Oliveira o título de Sócio Honorário daquele clube, a mais alta distinção que um clube rotário pode conceder. Prosseguindo o homenageado recebeu duas comendas de Companheiro Paul Harris por doações múltiplas, concedidas pela Fundação Rotária do Rotary International: uma insígnia com cinco safiras e outra com um rubi. As distinções foram concedidas em função da transferência pelo clube lavrense à Fundação Rotária (que patrocina vários programas humanitários, dentre eles o da Polio Plus, para erradicar a poliomielite no mundo), da quantia correspondente a US$1.481,00 (hum mil, quatrocentos e oitenta e um dólares). Esse valor completou a soma de US$ 7.000 de contribuição em nome de Eudes. As comendas Paul Harris foram entregues pelos ex-governadores Gabriel Lopes e Oswaldo Louzada Serra.


Entrega do título de Sócio Honorário pelo rotariano Geraldo Bertolucci Júnior, ladeado pelo rotariano Adejar Alvarenga e o presidente Walter de Assis Toledo Júnior.
O Dr. Eudes Pinto e o ex-governador Alberto Bittencourt, ainda foram laureados com duas Placas de Agradecimento, entregues pela presidente da Roda da Amizade Ana Luíza de Carvalho Toledo e pelo rotariano Geraldo Bertolucci Júnior.
Entrega de Placas de Agradecimento a Eudes Pinto e ao rotariano Alberto Bittencourt, integrante da comitiva do homenageado. No detalhe temos os rotarianos Geraldo Bertolucci Júnior e Walter de Assis Toledo Júnior (atual presidente).
MUITAS PERSONALIDES E AUTORIDADES PRESENTES

O homenageado e os rotarianos 
A homenagem foi realmente histórica para Lavras e para a UFLA. No recinto, prestigiando o Dr. Eudes, encontravam-se todos os ex-dirigentes, ainda em vida, da antiga ESAL - Escola Superior de Agricultura de Lavras, hoje, UFLA - Universidade Federal de Lavras, à exceção de do ex-reitor Fabiano Ribeiro do Vale, por estar em viajem ao exterior. Estavam lá para abraçar o homenageado: Alysson Paolinelli, Fábio Pereira Cartaxo, Jair Vieira, João Márcio de Carvalho Rios, Juventino Júlio de Souza, Silas Costa Pereira, Antônio Nazareno Guimarães Mendes, além do atual reitor José Roberto Soares Scolforo. Vale lembrar que também se fizeram presentes docentes e alunos de 50 anos atrás, dentre eles: Alfredo Scheid Lopes, Luiz Henrique de Aquino e Marcelo Ademar de Andrade Carvalho, Oswaldo Louzada Serra, além de dona Cleurice Pereira de Resende (viúva de Jaziel Resende, ex-diretor da ESAL) e seu filho Carlos Alberto. 



Os dirigentes da ESAL/UFLA, de ontem e de hoje, junto ao homenageado.
Outra presença marcante, que se deslocou de São João Del Rei somente para prestigiar Dr. Eudes foi o Bispo Emérito da Diocese de São João Del Rei, Dom Waldemar Chaves de Araújo. Bom que se diga que dentre as várias condecorações recebidas até hoje por Eudes Pinto está o Diploma e Medalha “Ecclesia et Pontífice” concedido pelo Santo Padre, o Papa João Paulo II e o Diploma de Postulator Generalis concedido em 1964 pelo Vaticano. 


Flagrante de Dr. Eudes Pinto juntamente com o Bispo Emérito 
da Diocese de São João del- Rei, Dom Waldemar Chaves de Araújo


Além daqueles já referidos, anotamos a presença do presidente da ACIL José Eustáquio Cardoso. Os membros do Rotary Club de Lavras compareceram em peso, sem contar a grande caravana do Rotary Club de Lavras-Sul. A imprensa se fez presente com as duas emissoras de TV lavrenses: a TV Universitária e a TV Câmara.

A saudação oficial ficou a cargo do rotariano e ex-governador João Márcio de Carvalho Rios, que foi uma das testemunhas oculares de tudo que aconteceu nos primeiros anos da década de 60. Ainda usaram da palavra o ex-governador do distrito 4500, Alberto Bittencourt, os vereadores Evandro Castanheira Lacerda e Hélio Haddad, a prefeita Jussara Menicucci, o Bispo Dom Waldemar, os ex-governadores Gabriel Lopes e Oswaldo Louzada, os três filhos do homenageado: João Eudes, João Bosco e Ricardo, culminando com o pronunciamento de Dr. Eudes Pinto, que emocionou a todos os presentes, arrancando lágrimas e deixando nós nas gargantas.


SAUDAÇÃO DE ALBERTO BITTENCOURT

Alberto Bittencourt usou da palavra para fazer a seguinte saudação:

Prezados amigos e companheiros do Distrito 4.560, caríssimos amigos desta aprazível cidade de Lavras e queridos membros dos Rotary Clubs de Lavras e Lavras Sul.
Meu nome é Alberto de Freitas Brandão Bittencourt. Sou associado há 25 anos do Rotary Club do Recife-Boa Viagem, na classificação de Engenharia Civil. Exerci o cargo de Governador do Distrito 4.500, que compreende os estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, no ano do centenário do Rotary International, 2004-2005. Presentemente exerço a função de Instrutor Distrital do Governador Luís Mário Calheiros que me pediu para representá-lo nesta solenidade em que se homenageia o insigne rotariano, exemplar em todos os sentidos, EUDES DE SOUZA LEÃO PINTO.
Antes porém, gostaria de fazer um breve resumo de minha ligação com o RC de Lavras. Tudo começou via internet, há alguns anos, quando comecei a receber o boletim do RC Lavras. De pronto, chamou-me a atenção a qualidade, não apenas da forma, mas principalmente do conteúdo das matérias ali veiculadas, artigos do Rotary e do dia a dia, informações para o cotidiano da vida, recreação. Não tenho dúvidas em afirmar que o boletim do RC Lavras era um dos melhores e mais completos boletins de Rotary Clubs do Brasil. Atraiu-me também o fato do boletim transcrever frequentemente, como matéria de capa, artigos de minha autoria que eu colocava na internet. Estabeleceu-se então uma ligação pessoal entre mim e o editor do boletim, o dedicado rotariano Geraldo Bertolucci Junior. A afinidade de princípios e ideais consolidou essa amizade com o passar dos tempos que, hoje, deixou de ser virtual e passou a ser real, como real, passou a ser minha amizade com todos os rotarianos de Lavras.
Neste momento, com a maior satisfação, honra e orgulho, aqui venho representar o meu Governador, Luís Mário Calheiros e o Distrito 4.500 nesta significativa homenagem do RC Lavras ao companheiro EUDES DE SOUZA LEÃO PINTO. Eudes é o único rotariano da América Latina detentor do título de RI de “Rotariano Exemplar”. Eudes é exemplar em todos os sentidos, como profissional de agronomia, como professor, como homem público nos inúmeros cargos de importância e projeção que exerceu e, sobretudo, como chefe de família amoroso e dedicado.
Eudes, ao longo da vida, primou pelo comportamento ético, agindo sempre com honestidade e transparência. Nas importantes funções públicas que exerceu, sempre agiu com autenticidade e firmeza de propósitos, na defesa dos interesses da nação, colocando a Pátria e a família acima de tudo. No Rotary, Eudes ocupou os mais importantes cargos, com naturalidade e total ausência de vaidade. Foi presidente da Campanha Pólio Plus para a América Latina, por oito anos sucessivos. Trabalhou desde o início nas campanhas de vacinação, quando a pólio era endêmica no Brasil, até a sua total erradicação, em 1989 e também em todas as campanhas subsequentes, sem descanso, em busca da eliminação definitiva do póliovírus selvagem da face da Terra. Ombreou nessa campanha com outro grande líder do rotarismo brasileiro, o Diretor de RI, Archimedes Theodoro. Os dias de luta e de glória estão registrados na magnífica obra “Memória da Campanha Polio Plus no Brasil.
Por tudo isso, tenho o maior orgulho em integrar o rol de amigos de Eudes, de seus filhos e de sua família.
Está de parabéns a Universidade Federal de Lavras pelo justo reconhecimento a este homem que, com visão de estadista e com patriotismo, não hesitou em contrariar ordens recebidas do Presidente da República, através de seu Ministro da Educação, Oliveira de Brito, para fechar a escola que já era, pelo trabalho e desempenho, referência nacional. Está de parabéns a cidade de Lavras por homenagear um homem público cuja atitude verdadeira, corajosa, autêntica, tanto contribuiu para o desenvolvimento da cidade e do país. Estão de parabéns os rotarianos de todos os tempos da cidade de Lavras, por exaltarem e dignificarem este personagem, que é um exemplo de homem íntegro e valoroso, que sempre colocou o interesse público acima do interesse pessoal e sempre primou pelo comportamento ético, colocando o nome do Rotary e os ideais rotários no topo, em todos os lugares por onde passou.
Em nome do Distrito 4.500 de RI, muito obrigado a todos.              


HOMENAGEM DA COMUNIDADE CATÓLICA

Dr. Eudes, católico exemplar, não tinha noção do que ainda estava por acontecer. Ao participar da missa dominical na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, cumprindo com seu compromisso de jamais deixar de comparecer a uma celebração litúrgica aos domingos, foi surpreendido com uma singela, mas significativa homenagem. Ele foi saudado pelo Pároco Padre Clayton e ao final da missa distinguido pela comunidade, que ouviu o relato de sua história em relação ao episódio do não fechamento da ESAL, recebendo de seus membros uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, que foi levada pelo paroquiano Jair Vicente de Paula (o seu Jair piscineiro, pai do Pe. Ademir) ao homenageado sob o som da Ave Maria de Gounod, um momento de extrema emoção, que fez com que toda a assembleia também se sensibilizasse, o que aumentou ainda mais nas palavras doces e serenas de Dr. Eudes àquela assembleia litúrgica.


Jair Piscineiro conduz a imagem de N, Sra,. de Fátima, presente
da comunidade católica para Eudes.

O pároco padre Clayton faz a bênção da santa 



Segunda-feira, dia 3 de setembro de 2012


O dia começou intenso para Dr. Eudes. Ele foi convidado, juntamente com sua comitiva e o ex-ministro Alysson Paolinelli a percorrer as dependências da UFLA. O homenageado ficou deslumbrado com o ritmo de crescimento da entidade que um dia ‘salvou do fechamento’. No final da manhã foi recebido pelo reitor José Roberto Soares Scolforo e por todo o ‘staff’ administrativo da UFLA.
A ESAL – Escola Superior de Agricultura de Lavras, hoje transformada na famosa e respeitada internacionalmente, UFLA, nasceu de uma iniciativa de americanos ao fundar o Instituto Gammon, hoje um colégio.
Tivemos uma proveitosa reunião no gabinete do magnífico reitor,  com a presença da vice-reitora, Edla, do ex-ministro Alisson Paulinelli, além dos companheiros Bertolucci e esposa, Ione. O ministro Paulinelli falou com propriedade e conhecimento do potencial agrícola do Brasil, destinado a se tornar celeiro mundial, com os seus cinco diferentes tipos de biomas: Amazonas, Pantanal, Mata Atlântica, Sertão Nordestino e Cerrado. No fim, gentilmente o reitor presenteou cada um dos membros da comitiva com uma sacola contendo um pacote de café, uma garrafa de cachaça, produtos que constituem a riqueza regional e um livro sobre a Universidade.


PLANTIO DE IPÊS E PALMEIRAS

           Dr. Eudes planta uma muda de ipê amarelo, defronte à nova sede 
          do Rotary Club de Lavras, no recinto do Instituto Presbiteriano 
          Gammon, observado por seus filhos, por rotarianos e 
          pelos ex-dirigentes da ESAL/UFLA, 
          Alysson Paolinelli e Antônio Nazareno.

À tarde Dr. Eudes cumpriu uma agenda de muito simbolismo: ele, o ex-ministro Alysson Paolinelli e o diretor-geral do Instituto Presbiteriano Gammon – IPG -, Alysson Massote Carvalho, plantaram, cada um, uma muda de ipê amarelo, bem defronte à nova sede do Rotary Club de Lavras, mas no campus do IPG, cabendo aos demais integrantes da comitiva o plantio de outras sete palmeiras imperiais. Com isso, o compromisso do plantio de uma palmeira imperial para cada ano de existência do IPG já está cumprido, até que se complete seus 149 anos de fundação, ficando convencionado que o plantio da centésima quinquagésima palmeira imperial será feito pelo próprio Dr. Eudes de Souza Leão Pinto, daqui a oito anos. Ele aceitou o desafio!

O plantio dessas 8 árvores, serviu para marcar nossa visita a Lavras, sendo uma delas, um ipê amarelo é a árvore símbolo do Brasil e desta região em particular, que as exibe nas cores, amarelo, rosa e roxo. Além do ipê, as demais sete palmeiras imperiais comporão uma alameda  correspondente aos anos de existência da instituição.

O plantio das árvores, foi acompanhada por uma delegação de alunos da Escola Gammon, conduzidos pela esposa do presidente do RC Lavras, professora da instituição, ocasião marcada pela tomada de várias fotos.

Impressionou a todos a beleza e cuidado das instalações da Universidade, com seus prédios novos e modernos, das salas  de aulas aos centros de pesquisa. Hoje a Universidade de Lavras comporta 10.000 alunos em seus diversos cursos, sendo 9 mil presenciais, segundo informou o reitor, provenientes de diversos estados do Brasil e de diversos outros países. Movimenta cerca de oitenta milhões de Reais por ano no comércio da cidade, o que prova que ensino não é apenas investimento, mas um negócio proveitoso e progressista para a região.


PROFESSOR HONORIS CAUSA


Outorga do título Professor Honoris Causa pela UFLA. No detalhe o laureado 
Eudes Pinto entremeado pelo reitor José Roberto Soares Scolforo e a
 secretária dos Conselhos Superiores Ione Dias Bertolucci, 
recebe o Certificado e também um exemplar do livro ‘A Terra Prometida de Lavras’.






A consolidação das merecidas homenagens ao Dr. Eudes aconteceu na noite daquela segunda-feira, quando, no Salão de Convenções da UFLA, foi ele condecorado com a mais alta honraria da Universidade Federal de Lavras: o título de Professor Honoris Causa.

No auditório lotado, com a presença de inúmeras autoridades, foram homenageados alguns professores, o ex-reitor, um funcionário, entre outros, com títulos de professor emérito, diplomas e medalhas.

Na cerimônia, o ex-ministro Alysson Paolinelli, diretor da ESAL no período de 1966 a 1971 e representando todos os professores, fez a apresentação do homenageado, destacando seus feitos e virtudes, bem como a trajetória de sucesso da ESAL/UFLA. Na saudação emocionada, o Sr. Ministro Alisson Paulinelli recordou os tempos em que fora diretor da ESAL e ia de jipe à casa de Eudes, no Rio de Janeiro reportar assuntos da escola, retornando à noite, sozinho pela estrada escura e deserta. Isso, nos idos de 1962-63. Mas o jovem Alisson não sentia medo, pois Aísa, a idolatrada esposa de Eudes sempre se ajoelhava ante o oratório da família para pedir a Deus que o protegesse.

Falando de improviso, Eudes emocionou a toda a plateia. Em seu pronunciamento, o laureado fez um resgate emocionado da atitude tomada 50 anos atrás, quando visitou a ESAL incumbido de seu fechamento e destemidamente desrespeitou a decisão do governo em favor do pedido unificado de professores, funcionários, estudantes e da comunidade de Lavras para que a escola não fosse fechada.

As palavras de Eudes foram uma exortação de amor à escola e à cidade de Lavras. Amor incondicional, acima de qualquer coisa, como o que levou professores e funcionários, naqueles anos sessenta, a trabalharem por dois anos sem remuneração e a disposição de continuarem a trabalhar mesmo sem receber, se preciso fosse, para não deixar morrer a instituição.

Em 1962 o dr. Eudes recebe a misão de fechar a ESAL
Foram momentos de vibrante emoção proporcionados pelo RC Lavras que jamais esqueceremos.
  
O destino da ESAL era nobre, altaneiro e o que contemplamos, hoje, é uma das instituições mais importantes do país, com todos os meios de se tornar reconhecida internacionalmente… Na certeza de que os ideais prevalecerão sobre qualquer intento, posso garantir que Lavras é realmente um pedacinho do céu!”, finalizou Eudes, emocionado.

Em todos os depoimentos transpareceu a gratidão pela sensibilidade e coragem do professor ao descumprir a incumbência de fechar a então ESAL, como emissário do Ministério da Educação e portador de uma portaria do presidente da República. Com a lendária frase fechar a escola seria a morte para mim e um crime de lesa-pátria, Eudes de Souza reescreveu a história, dando sequência ao processo de federalização, oficializada em dezembro do mesmo ano.

Desta forma, com muita emoção e a certeza de que os créditos conferidos ao nosso herói, agora Cidadão Lavrense, Sócio Honorário do Rotary Club de Lavras e Professor Honoris Causa da UFLA foram mais que merecidos, Lavras reescreveu sua história, resgatando uma dívida de gratidão que jamais será esquecida pelos lavrenses.

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