ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

sábado, 6 de julho de 2013

A ÉTICA E A PROPAGANDA

A ÉTICA E A PROPAGANDA

Alberto Bittencourt


1. A Baleia




Era uma vez um pescador em uma pequena aldeia. Certo dia, cansado, deixou-se cair languidamente na areia, a contemplar o mar, ao invés  de acompanhar seus colegas na dura faina da pesca diária.
Alguém, vendo-o na ociosidade, perguntou:
_ por que não foi pescar hoje?.
_Estou a espera de uma baleia, respondeu o pescador.
_Uma baleia?
_Sim, neste momento ela se encontra após aquela curva, por trás das pedras. Não dá para ver daqui.
O homem, curioso, despachou-se na direção apontada, na busca de ver a tal baleia, deixando o preguiçoso em paz.
Não demorou muito outro passante fez a mesma inoportuna pergunta.
_Por que você está aqui dormindo e não foi pescar com os demais pescadores?
_Estou esperando uma baleia que está após aquela curva, por trás de umas pedras.
O segundo homem não hesitou e foi lá conferir.
Assim sucedeu-se com mais cinco pessoas. Todas foram em busca da baleia.
A essa altura, o pescador despertou cismado:
_Se eu já mandei sete pessoas e nenhuma voltou, é capaz de haver mesmo uma baleia lá. Vou verificar. Levantou-se e foi procurar a baleia. 

2. Propaganda mentirosa

"Uma mentira contada mil vezes torna-se verdade".
A frase acima é de autoria de Joseph Goebells, ministro da propaganda da Alemanha Nazista, de 1933 a 1945.
Goebells massificou a imagem do Fuher, que quer dizer líder, com o objetivo de impregnar as consciências do povo alemão. Apresentava a imagem do ditador como a de um salvador, exaltando a superioridade da raça ariana.  Inseriu uma enorme quantidade de filmes e documentários nas telas dos cinemas, antes de qualquer exibição. Usou o rádio, jornais e revistas para esse fim.
São de Goebells as expressões seguintes:
"A essência da propaganda é ganhar as pessoas para uma idéia de forma tão sincera, com tal vitalidade, que, no final, elas sucumbam a essa idéia completamente, de modo a nunca mais escaparem dela. A propaganda quer impregnar as pessoas com suas ideias. É claro que a propaganda tem um propósito. Contudo, este deve ser tão inteligente e virtuosamente escondido que aqueles que venham a ser influenciados por tal propósito NEM O PERCEBAM." 
"Nós não falamos para dizer alguma coisa, mas para obter um certo efeito". 
Goebells conseguiu seu objetivo. Jovens de 16 anos, integrantes da chamada Hitler-Jugend, a "juventude Hitlerista", com seus uniformes cáqui, e a suástica no braço, cometeram atrocidades contra famílias que eles imaginavam não se enquadrar nos ideais da raça pura nazista. Qualquer um que viesse a criticar Hitler, o partido nazista ou mesmo fizesse algum comentário favorável aos judeus, seria visto como traidor e deveria ser delatado, não importando quem fosse. Situações inimagináveis foram criadas com filhos delatando os próprios pais, irmãos, parentes e amigos se suspeitassem que fossem contrários ao governo alemão.
Houve uma grande deturpação nos valores morais e éticos da sociedade alemã, causada por uma estratégia de marketing muito bem definida, em que Hitler e o nazismo eram os dois pilares mais amados e respeitados.
A propaganda nazista levou o povo alemão a uma espécie de loucura coletiva tendo resultado na morte de seis milhões de judeus.

Em 1935, ainda sob os ecos das bombas da 1a GM,  uma voz se levantou no Estados Unidos da América contra a propaganda mentirosa de guerra. Paul Harris, em seu livro "This Rotarian Age - Esta Era Rotária", denunciou, no capítulo "Será Utopia o Ideal Rotário da Paz Universal?" a propaganda mentirosa dos governantes em tempos de guerra:
 A guerra é consequência de paixões explosivas, suscitadas pela intolerância, rivalidade, ciúme e finalmente, ódio, que, exacerbadas pela mentira, dificultam poderosamente a influência da razão.
A mentira é voraz; iniciada, ela se infiltra, opondo-se a qualquer opinião que se manifeste. Manifeste-se alguém contra as mentiras correntes em tempo de guerra e será levado incontinenti às autoridades encarregadas de fazer valer as inverdades da propaganda de guerra.
Deste modo, são aceitos e procurados os profissionais da arte de mentir. Discursos inflamados das campanhas pela causa da pátria ultrajada, artigos ruidosos dos jornais e revistas, visam meramente insuflar o ódio e o desejo de guerra no seio do povo.
A princípio, a tática é extraordinária. Procuram ganhar a confiança geral, o ânimo e a esperança do populacho fanático, usando frases rebuscadas, onde ressalta uma moralização hipócrita "Procurai evitar a guerra"; "Desprezemos os iniciadores da luta" e, depois de alcançada a simpatia popular, transformam estas frases em: "Com a guerra atual, dar-se-á fim à todas as guerras futuras".

3. Propaganda Subliminar

Assim são chamadas as mensagens de persuasão feitas para serem percebidas apenas no subconsciente. A primeira experiência do gênero foi realizada em 1956, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, pelo publicitário Jim Vicary. Durante a projeção de um filme, ele inseriu a frase "Beba Coca-Cola" numa velocidade tão rápida - aparecendo com apenas 0,003 segundo de duração - que ela passava desapercebida. O olho humano só capta imagens que duram no mínimo 0,02 segundo, mas, de acordo com Vicary, as mensagens ficavam gravadas na mente das pessoas - tanto que, no intervalo do filme, as vendas do refrigerante aumentaram 60%. Ele repetiu a experiência com a mensagem "coma pipoca" e obteve o mesmo resultado.
Propaganda subliminar é crime em países como Estados Unidos e França, mas aqui no Brasil não existe uma legislação específica a respeito.

4. Merchandising

No Brasil tem-se chamado de "merchandising" quando uma marca,  ou produto aparece em uma ou mais cenas, geralmente em segundo plano.  É comum em novelas ou programas seriados de TV, inserida num contexto, sem que o telespectador perceba. Aparece em vestimentas, carros e objetos um sem número de vezes com o fim de impregnar a consciência das pessoas, levando-as a comprar por impulso.
A palavra "impregnar" tem origem em prego, pregar. Assim como o prego vai penetrando aos poucos na madeira, a marca vai penetrando e preenchendo aos poucos a nossa consciência até que ela esteja totalmente impregnada.

5. A Prova Quádrupla

Contra toda essa máquina de propaganda de incentivo ao consumo, outro nome levantou-se um 1935 contra a propaganda anti-ética e enganosa.
Herbert Taylor, rotariano e dono de uma fábrica de panelas de alumínio, criou a PROVA QUÁDRUPLA, um código de ética que visa restabelecer a verdade não apenas nas relações com funcionários e clientes de  sua empresa, mas, também nas relações comerciais e na propaganda.


Veja abaixo o Power Point de palestra que realizei em Catanduva, SP, na Conferência Distrital do D. 4480, em 2007 a convite do governador Beninho Dalto e, depois, em diversas outras oportunidades:
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