ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

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ALBERTO BITTENCOURT - Palestrante, conferencista, motivador, consultor, escritor, biógrafo pessoal

sexta-feira, 29 de março de 2013

TRABALHO EM EQUIPE


TRABALHO EM EQUIPE
Alberto Bittencourt

São as pessoas trabalhando em equipe e não isoladamente que fazem de fato a diferença entre organizações bem sucedidas e aglomerados de talentos vaidosos e improdutivos.
Cada organização bem sucedida, cada equipe bem sucedida e cada projeto bem sucedido funciona com apenas uma coisa: energia.
A tarefa do líder é transformar-se na fonte de energia que impulsiona os outros.
A parábola abaixo, de autor desconhecido, ilustra porquê. 



Assembleia na Carpintaria



A CARPINTARIA
Contam que, na carpintaria, houve uma vez uma estranha reunião.
Foi uma reunião de ferramentas para tirar as suas diferenças. O martelo exerceu a presidência. Entretanto lhe foi notificado que teria que renunciar. Por que? Fazia demasiado ruído. E, também, passava o tempo todo golpeando.
O martelo aceitou a sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso. Disse que ele necessitava dar muitas voltas para que servisse para alguma coisa. Ante o ataque, o parafuso aceitou também mas, na sua vez, pediu a expulsão da lixa. Fez ver que era muito áspera em seu tratamento e sempre teria atritos com os demais. A lixa estava de acordo, com a condição que também fosse expulso o metro, que sempre ficava medindo os demais segundo seu próprio padrão, como se fora o único perfeito.
Nisso entrou o carpinteiro, colocou o avental e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmente, a grossa madeira inicial se converteu em um lindo móvel.
Quando a carpintaria ficou novamente só, a reunião recomeçou.
Disse o serrote: “Senhores, ficou demonstrado que todos temos defeitos, entretanto o carpinteiro trabalha com nossas qualidades. Isto é o que nos faz valiosos. Assim, superemos nossos pontos negativos e concentremo-nos na utilidade de nossos pontos positivos.”
Todos concluíram então que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para afinar e limar a aspereza e observaram que o metro era preciso e exato. Sentiram-se então uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade.




VEJA O VÍDEO A SEGUIR: A CARPINTARIA

(Clique nas 4 setas do canto inferior direito para ver em tela cheia.)






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quarta-feira, 27 de março de 2013

CALENDÁRIO para uns, FOLHINHA para outros.


CALENDÁRIO para uns, FOLHINHA para outros.
                  
                                                                                                                             De meu diário, em
23 de janeiro de 2009


Natal


      Ganhei do Reverendo Salomão Azulay, sogro de minha filha Cris e pai do meu genro Solano, um desses calendários de mesa, não muito grandes, em que cada folha destacável corresponde a uma semana.  No verso, há mensagens inspiradoras, que nos convidam à reflexão.
      A desta semana, caiu como uma luva nas  minhas carências e vicissitudes. No momento, não me lembro aonde a coloquei, mas dizia, mais ou menos o seguinte:

      Se você tem uma tarefa para fazer em uma data pré determinada, não deixe para fazer tudo na última hora. Comece agora, mesmo que seja com muita antecedência, a tomar as providências necessárias, de modo a chegar com calma e precisão ao que você se propôs. Verá que você ficará muito mais tranquilo e chegará com muito mais eficiência ao resultado final.

      É isso aí! A mensagem era tudo o que eu precisava. Parece que foi escrita para mim.
      Tenho algumas palestras já agendadas para fevereiro e maio. Devo começar a preparar os audiovisuais, os slides em Powerpoint,  pesquisar o que há de bom na internet, procurar filminhos motivadores, escrever os textos, para não improvisar na hora.
      Invariavelmente, eu sempre deixo tudo para o momento final, para resolver às pressas, madrugadas a dentro. O resultado, modéstia à parte, sempre sai bom, mas poderia ser muito melhor. Vou começar agora mesmo a preparar a palestra do Rio, para os governadores assistentes de Rotary.

      Segue abaixo o texto da folhinha, na íntegra:

Administrando a energia acumulada
Descobrir seu objetivo na vida e retirar dela
os elementos que roubam sua energia vital.
A tendência natural é deixar para a última hora.
A excelência acontece quando começamos bem cedo
 a andar em direção ao nosso chamado individual.
Começando cedo, há tempo suficiente para
ajuntar recursos, montar estruturas de apoio, contatar pessoas.
Se tiver que dar uma aula,
comece a se preparar no mesmo dia em que foi convidado.
Leia, medite, crie seus recursos audiovisuais,
invente novas e diferentes maneiras de cativar a atenção dos alunos.
Calcule o tempo que falta,
aquele que você dispõe para esta preparação e
divida seu trabalho em pequenas tarefas diárias,
que possam ser feitas com calma e concentração.
Pequenas atitudes como essa,
nos levam a uma vida de excelência.
E, a excelência, nos leva a Deus. 


E mais:

      Procuro a verdade humildemente, mas com toda a seriedade e, no caminho dessa busca, confio totalmente nos meus companheiros de jornada, de maneira que eu possa conhecer os meus erros e corrigi-los. 
                                   GHANDI    

Modelar uma estátua e dar-lhe vida, é belo;
modelar uma inteligência e dar-lhe verdade, é sublime.
                                        VICTOR  HUGO

domingo, 24 de março de 2013

HORÓSCOPOS


HORÓSCOPOS


                                                                                                                                   Abril de 2010

Raramente leio horóscopos. Quando o faço, apenas para não passar batido  ao folhear o jornal do dia, às vezes dou uma vista rápida, de forma automática, sem nem mesmo chegar à assimilação do que está escrito. Esqueço tudo imediatamente. São sempre os mesmos chavões, frases feitas, que nem de longe nos dizem respeito.
Hoje foi diferente.
Foi a segunda vez que tal me aconteceu. A primeira, nos meus vinte e quatro anos de idade, após o término do curso de paraquedista militar. Senti como se as singelas linhas do horóscopo daquele dia fossem dirigidas especialmente para mim. As palavras penetraram em minha alma, não com a força de uma previsão, mas como a confirmação do que eu queria muito que acontecesse. Era como se alguém me dissesse o que eu mais queria ouvir.  Passei a não ter a menor dúvida de que tal fato, dentro em pouco, iria se tornar realidade. E, a sequência dos acontecimentos veio, em seguida, confirmar as expectativas do meu coração - em breve, eu faria uma viagem. Realmente, aconteceu, mesmo sem constar do calendário daquele ano, nem estar programado. Logo após a entrega dos brevês de paraquedista, foi instituído o Curso de Mestre de Salto, que eu tanto queria fazer. Foi a concretização de um sonho. Como coroamento do curso, veio a viagem, prevista no meu horóscopo. Viajamos pelo Brasil, nos C-135, famosos vagões voadores da FAB, fazendo exercícios de salto em diversas cidades, de Curitiba, PR, até Uruguaiana, na fronteira do RGS com o Uruguai. Foram saltos em campo aberto, em mata fechada, diurnos, noturnos e até no mar. Saltos com equipamentos pesados, com cães de guerra, lançamentos de canhões, jipes e viaturas. No fim, tínhamos cursado, na prática, a mais autêntica e verdadeira escola de liderança que possa existir. O tenente Mestre de Salto, comandante de pelotão, à frente de 40 soldados, é sempre o primeiro a saltar da aeronave. Atrás dele vêm os seus homens, seguindo-o com confiança. Ao aterrar, repetia-se a tarefa de dobrar, ensacar e enterrar o paraquedas, com as pequenas ferramentas de sapa que cada um trazia. Depois o tenente reagrupava seus soldados e partia para cumprimento da missão.
Hoje, o fato se repetiu. O jornal caiu por acaso em minhas mãos, em Teresópolis e, sem querer, ao abri-lo, deparei-me com o horóscopo do dia. Baixei os olhos para Escorpião, o meu signo e lá estava escrito, ao lado do desenho do execrável inseto:
Escorpião (de 23/10 a 21/11); Regente  Plutão:
 “Momento de progresso e sucesso. As pessoas vão respeitar e admirar suas opiniões e buscarão apoio em você. Boa oportunidade para firmar ou reabilitar a sua reputação e assim criar uma reserva de paz de espírito para os momentos adversos.”   
Esta mensagem me chegou exatamente no momento em que pretendia tomar importante decisão. Caiu como uma luva na minha pretensão de me tornar escritor de mensagens edificantes, um construtor de pontes de amizade, um arauto da paz, um desenvolvedor de homens e de mentes.
Ao ler meu horóscopo de hoje, senti a aprovação do cosmo para continuar meu caminho, a despeito de tudo que possa acontecer, pois, escrevendo, estarei “criando uma reserva de paz de espírito para vencer os momentos de dúvidas e angústias”.
Mas é bom frisar, não escrevo por egoísmo ou por vaidade. Escrevo para mim, para ordenar meus pensamentos, para colocá-los em sintonia com o meu íntimo, porque me sinto bem ao fazê-lo. Assim, divulgo, meus sentimentos, minhas ideias e meus conhecimentos, ordenadamente. De uma certa forma, me sinto útil, transmito algo meu. Escrevo para me comunicar com as pessoas, para ajuda-las. Eu me faço conhecer. É uma forma de expressar o que me vai no fundo da alma, um modo de dar vida à minha criatividade. Para mim, essa forma de criação representa a expressão do meu mestre interior, do meu Eu superior e divino, características que trazemos conosco, cada um de nós, todos nós.  
Tenho a intenção, com estes meus ditos, de deixar alguma marca da minha passagem pela Terra. Escrevo, em primeiro lugar, para mim mesmo, para dar vazão a esta força de pensamentos que me invade, é uma necessidade, como uma bonança após a tormenta. Depois, procuro sempre  transmitir aos leitores a palavra amiga, encorajadora, animadora, de amor e de esperança.
Os reconhecimentos são consequência, mas funcionam como combustível, para que eu sempre me lembre, pois esta é uma missão que eu sempre aspirei, desde a juventude.      
      

quinta-feira, 14 de março de 2013

VIOLÊNCIA CONJUGAL


                                                                                





Pintura a óleo sobre tela de Anna Razumovskaya



Foi o Maior Barraco
Conto de Alberto Bittencourt



Quando cheguei em casa, exausta ao fim de um dia de trabalho, já encontrei Mário embriagado, coisa que não acontecia há mais de um ano. Ele estava em pé, na porta de casa, naquela euforia dos bêbados. Dançava, cantava, ria, gritava, parecendo ser o próprio palhaço, inteiramente fora do seu normal.

Entrei e fui direto para o banho, já antevendo os acontecimentos. Mário veio atrás de mim. Começou a despejar reclamações, dizendo que eu tenho a mania de desfazer de sua família, pelo simples fato de eu não gostar de certas comidas que sua mãe faz. Disse que meu filho Paulinho, de cinco anos, comia bem, gostava do que sua mãe fazia. 

Comemos um resto de carne de porco que havia, com arroz e fomos para o quarto, assistir à novela. Mas Mário continuou reclamando, insistindo que eu não gostava da família dele, "independente de qualquer coisa". Não conseguia parar, ficar quieto. Levantava, entrava e saía do quarto. Ia para o quintal, fumava, voltava, sempre a reclamar. Paulinho, com medo, juntou-se a mim. Mário dizia que estava cansado de arrumar a casa, de lavar os pratos, de levar Paulinho na escola, que ele não era a mulher da casa. Ia para a calçada e gritava: mamãe, eu te amo. 

Assistindo a tudo, os vizinhos davam risadas.

Depois de duas horas de humilhações e de estresse, eu falei que ia embora. Aí, o tempo fechou. Parecia que eu havia pronunciado uma palavra mágica. Mário começou a me agarrar, a me pegar pelo braço, cada vez com mais força, a me empurrar. Vendo isso, Paulinho começou a chorar. Eu, então, o coloquei no quarto, tendo, a essa altura, que suportar puxões de cabelo, empurrões, apertos no pescoço e xingamentos, de rapariga para baixo.

Paulinho chorava e pedia que Mário não fizesse isso com a mãe dele, ao que Mário respondia com outros xingamentos. Assustado, Paulinho dizia, num choro só, minha mãe não é isso não! Completamente descontrolado, Mário continuava com as agressões.

Nesta hora, assustadissima, tentei ligar para o meu ex sogro, mas, infelizmente ele não atendeu. Foi quando Mário me deu dois tapas no rosto. Eu afastava Paulinho dali, mas o pequeno não queria sair, voltava sempre, como se quisesse me defender, me proteger. Mário jogou as roupas do armário no chão e todos os objetos da prateleira e continuava me xingando pelos nomes mais baixos. Pegou o brinquedo novo de Paulinho, atirou-o no chão, pisou em cima, quebrando-o.

Finalmente consegui retirar Paulinho de casa, chorando, agarrado ao boneco quebrado e ao livro do gatinho, presente da avó materna. Ele, na sua pureza, pediu que eu nunca mais beijasse aquele cara, que, quando crescesse, não queria ter nenhuma namorada, e nem ter filhos. Saímos de casa fugidos e fomos para a casa de uma amiga.

Hoje, sou franca e mansa nas conversas com Paulinho. Tento apagar de seu pensamento um pouco daquelas imagens horrorosas, procurando amenizar o trauma por que passou. Mas, ele sempre me diz que não quer voltar para casa e que não acredita mais nele. Quando pergunto se ele o perdoa, é taxativo, diz que não.

No dia seguinte, fui à Delegacia da Mulher. Lavrei a ocorrência, fiz exame de corpo de delito, pedi proteção policial para ir à casa, buscar minhas coisas. A Delegada me enviou em uma viatura oficial, com policiais armados. 

Mário não apareceu, com medo de ser preso. 

Essa queixa ficará para sempre aberta, por um dispositivo da Lei. Como proteção à vítima, ela não pode ser retirada, nem mesmo que eu queira.

Mário agora, bem mansinho e delicado, está tentando se re aproximar de Paulinho e procura emprego. 

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Violência Conjugal
Crônica de Alberto Bittencourt

Dizem as estatísticas que o número de mulheres assassinadas por seus maridos, amantes ou companheiros aumentou substancialmente nos últimos trinta anos. Recentes dados do governo indicam que, no Brasil, uma mulher morre por dia, vítima da violência conjugal. Isso sem falar nas centenas de milhares de registros de agressões ocorridas no período. Tal não é um privilégio do nosso país. O aumento da violência conjugal vem ocorrendo no mundo inteiro.

Fica no ar a interrogação: as agressões físicas contra as mulheres aumentaram realmente, ou será que elas agora estão indo buscar mais proteção policial? 

Será que a violência aumentou ou é apenas mais denunciada?

Com o advento da Lei Maria da Penha, a criação das delegacias da Mulher e de outros mecanismos de apoio e ajuda à mulher agredida, é de se supor que, nos tempos atuais as mulheres são mais estimuladas a denunciar as violências de que são vítimas por parte de seus parceiros. Outro fato, é que, por conta da mídia, a maioria dessas mulheres, violentadas ou agredidas, está muito mais esclarecida, com um conhecimento maior dos procedimentos a serem adotados para cessação ou reparação desses crimes. Mas, a despeito de tudo isso, o número de agressões nunca deixou de aumentar. Por que? 

Especialistas afirmam que a violência física é uma forma do ser mais forte mostrar superioridade quando, em outras áreas, ele se sente diminuído e incapaz de fazê-lo. Os psicólogos, agentes policiais e assistentes sociais sabem que quem se expressa por meio de impulsos destrutivos, geralmente sofreu abusos na infância, maus tratos que forjaram uma personalidade vacilante, que mal aceita a sua própria insegurança, sua própria sexualidade. Nada disso, porém, justifica a agressão, seja ela de que forma for.

Tentar entender as razões para um tal comportamento, não é justificar esse tipo de crime, que muitas vezes se repete durante toda uma vida conjugal e familiar, gerando sofrimento em vários planos: físico, psicológico, emocional e, pior, transmitindo aos filhos, quando pequenos, insegurança, medo, raiva e revolta, pela visão da mãe como vítima submissa, quase permanentemente agredida por um pai agressivo e incontrolável. 

Acho que a única forma de enfrentar a violência é por meio da comunicação. Comunicar vem de "tornar as coisas comuns". Preconiza um sistema de trocas nos relacionamentos, a partir das quatro ações: pedir, dar, receber e recusar. 

Precisamos ter ciência de que os protagonistas dessa troca conjugal são três: ele, ela e os dois. A liberdade de ser, de dar e de receber, sem imposições, a capacidade de dizer não, sem ficar prisioneiro numa rede de culpas, de injunções e de constrangimento é o único caminho viável para resolver pendências, conflitos e proporcionar maior proximidade, entre dois seres racionais. Quando os dois seres estão próximos, a violência desaparece.

Tudo fica muito difícil porém, quando estão envolvidos sentimentos de baixa estima, de impotência, de frustração. É o caso que muito se vê quando o marido fica desempregado e a mulher carrega sozinha o fardo do sustento familiar. Desempregado, a auto estima do homem pode ser reduzida a zero. Se ele passa os dias na ociosidade, acontece muitas vezes ir buscar refúgio na bebida. Em muitas pessoas, o álcool atua sobre a parte do cérebro responsável pela agressividade, e tudo pode terminar de forma trágica, como no conto abaixo.

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